
A Polícia Federal (PF) deve ouvir, nos próximos dias, mais investigados no inquérito que apura a propagação de informações falsas na internet e ataques a autoridades e instituições do Estado.
Os depoimentos fazem parte de uma determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF (Supremo Tribunal Federal), que visa concluir o inquérito instaurado há seis anos.
Na quinta-feira passada (3), a PF já havia tomado o depoimento de Tércio Arnaud, ex-assessor da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Ele é apontado como um dos membros do chamado “gabinete do ódio”, núcleo de comunicação informal que seria comandado por Carlos Bolsonaro (PL-RJ), vereador e filho do ex-presidente.
Segundo as investigações, essa estrutura teria operado dentro do Palácio do Planalto com o objetivo de disseminar desinformação e atacar opositores políticos.
Durante o interrogatório, Tércio negou a existência do grupo e disse não reconhecer diversos nomes apresentados pelos investigadores.
Outros depoimentos estão previstos para ocorrer ainda nesta semana. A expectativa é que ao menos duas pessoas prestem esclarecimentos à PF, conforme determinado por Moraes.
Em dezembro de 2023, o ministro prorrogou a apuração por mais seis meses. Agora, com os novos interrogatórios, a Polícia Federal acredita estar próxima da conclusão do inquérito, com possíveis responsabilizações e o esclarecimento sobre a estrutura, o financiamento e o funcionamento do suposto “gabinete do ódio”.
O inquérito investiga a criação e divulgação de conteúdos fraudulentos, falsas acusações criminais, ameaças e peças difamatórias – inclusive por meio de memes – contra o STF e seus ministros, com indícios de uma operação coordenada de financiamento e disseminação em redes sociais.