
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, acusou Israel de ter tentado matá-lo, em entrevista exibida nesta segunda-feira (7) pelo canal norte-americano Fox News. Apesar da grave alegação, o líder iraniano não deixou claro quando o suposto atentado teria ocorrido, nem se teria ligação direta com a guerra de 12 dias entre os dois países, travada em junho.
Durante a conversa com o apresentador Tucker Carlson, Pezeshkian foi categórico:
“Sim, eles tentaram. Atentaram contra minha vida, mas não tiveram sucesso.”
Segundo ele, a tentativa partiu exclusivamente de Israel.
“Não foram os Estados Unidos. Foi Israel. Eu estava em uma reunião, e eles tentaram bombardear a área onde o encontro estava sendo realizado”, afirmou o presidente, com base em tradução de suas declarações feitas do persa.
Até o momento, o governo israelense não se pronunciou sobre as declarações de Pezeshkian.
Conflito recente e tensões persistentes
Durante a guerra entre Israel e Irã, que durou quase duas semanas em junho, forças israelenses atingiram alvos estratégicos, incluindo lideranças militares e científicas iranianas, além de instalações simbólicas do regime em Teerã.
À época, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegaram a dizer publicamente que não descartavam a eliminação do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei. Trump chegou a chamar Khamenei de “alvo fácil”, mas afirmou ter vetado uma operação militar israelense para assassiná-lo.
Pezeshkian busca diálogo, mas questiona confiança nos EUA
Na mesma entrevista, Pezeshkian sinalizou que estaria aberto a retomar as negociações com Washington sobre o programa nuclear iraniano. No entanto, ele demonstrou ceticismo quanto à possibilidade de restabelecer a confiança com o governo americano.
Durante o conflito de junho, os Estados Unidos bombardearam três instalações nucleares no território iraniano, o que agravou ainda mais a crise diplomática.
Novo presidente após tragédia
Masoud Pezeshkian assumiu a presidência do Irã em julho de 2024, após vencer eleições convocadas depois da morte de seu antecessor, Ebrahim Raisi, em um acidente de helicóptero.